EM CRISE, HC DE RIBEIRÃO REALIZA CONTRATAÇÕES EMERGENCIAIS

O anúncio acontece em meio à suspensão dos transplantes de fígado


Image title

O secretário estadual da Saúde José Henrique Germann Ferreira anunciou nesta terça-feira (28) um convênio entre o governo de São Paulo e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa), para a contratação emergencial de 76 profissionais para o Hospital das Clínicas (HC), em Ribeirão Preto.


O anúncio acontece em meio à suspensão dos transplantes de fígado, desde 1º de abril deste ano, em razão da falta de anestesistas no quadro clínico. Ao todo, as atividades em quatro centros cirúrgicos foram paradas por causa do número insuficiente de profissionais para atender a demanda.


Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), 65 médicos assistentes, dos quais sete anestesistas, deixaram o hospital nos últimos 12 meses por causa dos baixos salários oferecidos.


O superintendente do HC Benedito Carlos Maciel estima que as contratações sejam efetuadas em uma semana para que as cirurgias voltem a ser realizadas.


Presidente do sindicato, Ulisses Strogoff é crítico ao anúncio e diz que a medida é paliativa.




CONTRATAÇÕES

O governo do estado irá arcar com os salários pagos aos profissionais por meio da Faepa. Em coletiva de imprensa no Departamento Regional de Saúde (DRS) de Ribeirão Preto, o secretário afirmou que, apesar da contratação emergencial, o HC precisa repor um total de 400 vagas.


O preenchimento imediato exclui o concurso e, segundo Germann, o processo seletivo deverá ser concluído em uma semana. O restante das vagas só deverá ser preenchido após o governo estabelecer um modelo de contratação.

“Se em seis meses a gente não tiver isso pronto, isso já está no âmbito do jurídico, a gente renova o convênio que foi feito agora. É o nosso compromisso enquanto Secretaria da Saúde no sentido de tentar levar uma solução para a problemática que ocorreu nos transplantes do HC Ribeirão Preto”, disse Germann.



ATENDIMENTOS

Apesar da insegurança causada aos pacientes à espera de transplantes e às mortes registradas, Germann disse que a população não ficou desassistida porque o sistema estadual é articulado.


"Eles tinham acompanhamento aqui e, quando precisavam ir para outro hospital eventualmente para realizar o transplante, eles eram encaminhados dentro de uma linha em que se definiu que o órgão era compatível e a gravidade do paciente. Agora, com a retomada, eles voltam a ficar na região como vem acontecendo ao longo dos anos."


O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) lembrou ao secretário que um pedido de reforço foi feito ao governo do estado para ampliar leitos para internações de urgência e emergência. Segundo Nogueira, as cidades que fazem parte da região metropolitana têm unidades de pronto-atendimento, mas os casos mais graves e complexos são regulados para hospitais de Ribeirão Preto.


O presidente do sindicato Ulisses Strogoff diz que a medida não resolve o problema do quadro de funcionários do HC. Ele não acredita que as condições do contrato atraiam profissionais interessados nas vagas.


“A solução do problema é uma restruturação do serviço, com plano de carreira, reposição salarial, que há muitos anos não se faz. Desde 2013 não há reajuste. Via FAEPA, são temporários, não serão servidores do estado. É lamentável que o governo do estado tendo condições de resolver os problemas do HC aponte para uma operação tapa-buraco mal feita. Estão dando uma maquiada porque está muito gritante e as pessoas estão reclamando.”

Fonte: G1

INSIDE TV

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.