EM ENTREVISTA, LONGO NEGA TER MATADO JOAQUIM

Defendeu sua inocência e descreveu problemas com drogas no período em que conviveu com a criança


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Acusado de matar o enteado Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em Ribeirão Preto, Guilherme Longo em sua primeira entrevista concedida desde que voltou a ser preso após sua extradição da Espanha, defendeu sua inocência e descreveu problemas com drogas no período em que conviveu com a criança.


A entrevista foi concedida à EPTV e Guilherme reforça que não aplicou a dose de insulina que teria matado Joaquim, que tinha diabete, comenta a pressão popular que sofreu na época em que o corpo foi encontrado, em 2013, e afirma ter dado uma confissão falsa a uma emissora de TV.


"Eu não matei o Joaquim. Eu não matei o Joaquim", afirma Longo, de dentro da Penitenciária de Tremembé.

O menino Joaquim foi encontrado morto em novembro de 2013 no Rio Pardo, em Barretos, dias depois de ser dado como desaparecido da casa onde vivia com a mãe, Natália Ponte, e o padrasto.


O Ministério Público acusa Longo de ter usado uma alta dose de insulina para matar a criança e de tê-la jogado em um córrego próximo à residência da família. Para a Promotoria, Natália foi omissa em relação ao filho, uma vez que tinha conhecimento de que o companheiro era usuário de drogas e tinha comportamento violento.


Ambos respondem por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou defesa. Longo ainda é réu por ocultação de cadáver.


Eles negam as acusações e aguardam pelo júri popular, ainda sem data marcada. Os réus serão julgados separadamente por conta de uma decisão da Justiça de Ribeirão Preto que desmembrou a ação penal, em junho deste ano.


Longo afirma que não tinha o hábito de aplicar sozinho as injeções no enteado e que isso era feito sempre na companhia de Natália. O padrasto descreve que, nessas situações, brincava com a criança para amenizar a dor da aplicação.



"Eu na verdade nunca aplicava injeção. Uma oportunidade eu tive de aplicar insulina nele, mas nós fazíamos isso em conjunto. (...) Doía a picada da insulina e a gente tinha que distrair ele. Ele brincava, pegava o aparelhinho, deixava o dedo, eu fingia que aplicava e fingia que doía, ele começava a rir e a Natália aplicava a insulina nele. É uma forma de tentar ser menos traumático pra essa aplicação", conta.


Questionado sobre as pesquisas que, segundo as investigações, ele fez na internet sobre as propriedades da substância apontada como causadora da morte do menino, o padrasto relata que o interesse tinha relação com o problema que ele tinha com as drogas. Segundo Longo, a intenção era descobrir uma maneira de amenizar os efeitos do uso da cocaína, que ele voltado a consumir.


"Voltei a usar droga. E o pós droga, a hora que passa o efeito, me dá uma sensação muito ruim, uma vontade de usar mais, a gente não consegue dormir. Lendo sobre a doença eu queria entender mais, além de querer entender mais sobre a insulina eu acabei lendo que o uso da insulina acalma. Após o uso dá uma tranquilizada e eu testei em mim, para ver se, na hora que passasse o efeito da cocaína, me dava uma tranquilizada. Como de fato deu. De fato, realmente funcionou naquela depressão pós uso. Foi outra loucura da pessoa que está usando. Estava tomando algumas decisões meio equivocadas contra mim mesmo", descreve.


O padrasto afirma que chegou a dar uma confissão falsa a uma emissora de TV, alegando que teria assassinado o menino por estrangulamento, mas que a versão já tinha sido descartada pela perícia e, por isso, foi inventada por ele.


"Na verdade eu pensei em contar uma história que fosse totalmente sem pé nem cabeça, que já tivesse sido descartada pela polícia de qualquer forma, que não fosse influenciar no caso. Como a perícia já provou, a perícia já deixou claro, a perícia nem tem a causa da morte, essa é a verdade, e já foi detectado que não havia marcas de nenhum tipo de machucado no Joaquim, certo? Falar que foi um estrangulamento seria óbvio que não foi, porque a perícia descartou. Falei: pra mim não vai ser, eles vão descartar, essa entrevista não vai valer de nada", diz.


Na entrevista, o acusado também conta que, desde que foi preso pela primeira vez, em 2013, nunca mais viu o filho Vitor Hugo e nem Natália.


"Eu sinto, muita saudade, pouco depois que cheguei aqui nós tivemos uma audiência pra regularizar visita, esse tipo de coisa, só que aí eu fui preso e não deu mais. Quem pegou essa responsabilidade foram meus pais. Eu tenho muita vontade de ver ele."

Fonte: EPTV e G1

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