POLÍCIA CIVIL INVESTIGA FLAGRANTE DE CRIANÇAS AMARRADAS EM ABRIGO DE ITUVERAVA
Funcionários da instituição, que foram afastados após a confusão, disseram que medida foi tomada para conter briga entre os irmãos
Duas crianças, de seis e dez anos, foram flagradas por conselheiras tutelares com as mãos e os pés amarrados por um pano em um abrigo da Prefeitura de Ituverava. Um boletim de ocorrência foi registrado como maus-tratos e a Polícia Civil investiga o caso. O Ministério Público também foi acionado.
De acordo com o boletim, as conselheiras foram à Casa Abrigo
Benedita de Freitas Matos na terça-feira (29) a pedido de funcionários da
instituição alegando que os meninos, que são irmãos, estavam brigando.
Quando chegaram ao local, encontraram a criança mais nova
dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu),
com as mãos amarradas para trás, agitada e chorando. Dentro do abrigo,
funcionárias também estavam amarrando a mão e os pés do outro garoto.
Em nota, a Prefeitura de Ituverava lamentou o ocorrido e
disse que abriu sindicância interna para apurar a conduta dos profissionais
envolvidos na confusão, que foram afastados.
FLAGRANTE
A conselheira tutelar Mara Aguiar Galdiano esteve no local no dia do flagrante. Ao chegar, perguntou para uma psicóloga do abrigo o que estava acontecendo e foi informada que houve um pedido para conter as crianças, que estavam brigando.
Mara conta que os garotos foram levadas à Santa Casa de Ituverava e que, lá, conversou com um deles para entender a situação.
“O maiorzinho explicou, do modo dele. Ele falou: ‘Tia, meu irmãozinho estava dando muito trabalho, porque ele tem crise de choro. Eu fiquei preocupado e fui atrás. Cheguei lá, estavam amarrando ele e eu fiquei tão preocupado, que queria tirar as amarras. Comecei a me debater. Eles me tiraram do quarto e começaram a me amarrar’”, relata.
Ainda de acordo com o boletim, foi possível apurar que o mesmo tipo de confusão ocorreu outras vezes na instituição. Segundo a Polícia Civil, os meninos passaram por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Responsável pelo abrigo, a Prefeitura de Ituverava informou que os funcionários do turno em que aconteceu o fato foram afastados e as crianças foram encaminhadas à outra instituição.
“Não houve ordem de amarrar as crianças e todas as informações estão sendo esclarecidas à Justiça”, declarou.
Fonte: G1