DESTAQUE DA SEMANA - MARA ISA ALMEIDA VIEIRA

No comando da Maria Flor, ela começou a trabalhar aos 12 anos e hoje representa a força do empreendedorismo feminino com sete lojas na região


Fotos por Paulo Ferreira Foto Designer (16 3728 6857)
Image titleMara Isa veste: Maria Flor, Flávia Acessórios, Mangalô Calçados
Cabelo e maquiagem: Francesinha Esmalteria
Ambientação: Aquarela Casa


A história que contaremos aqui não é roteiro de filme, mas poderia facilmente ser adaptado. A narrativa conta a vida de uma mulher guerreira que, junto com seu companheiro, conquistou um status infinitamente mais confortável, por mérito próprio.

A dona do roteiro é Mara Isa Almeida Vieira, 33 anos, empresária, pedagoga, pós- graduada em psicopedagogia e em gestão estratégica. O nome é reconhecido regionalmente porque ela é proprietária da rede de lojas Maria Flor, presente em seis cidades da microrregião: Ipuã, Ituverava, São Joaquim da Barra, Orlândia, Ribeirão Preto e Guaíra, além de Prata, em Minas Gerais.

Seria injusto dizer que a professora e empresária chegou aonde chegou por sorte. Natural de Prata (MG) começou a trabalhar aos 12 anos como babá, passando por uma loja de materiais de construção e por uma empresa de grãos, aonde viria a conhecer seu marido João Ayres Tavares e Silva, advogado, que na época criava avestruz em Ipuã e cultivava soja na região de Prata.

Nesse período as negociações de avestruz foram interrompidas, e o cultivo de soja estava com custo alto e preço baixo, gerando uma grande dívida. “Nossa única motivação naquele momento foi o nascimento da nossa primeira filha, Maria Julia, hoje com 12 anos”, relembra.
Na gravidez, cursava direito e viajava todos os dias de ônibus para a faculdade. A filha contava então com 20 dias quando se mudaram para Ipuã e ela precisou trancar o curso. “Fomos morar com o meu sogro. Lembro-me que colocávamos dois colchões de solteiro no chão pra podermos dormir juntos”.
Image titleMara Isa Almeida Vieira: “A grande lição que levo, é que a vida é feita de recomeços”.

Nessa época prestou concurso e foi trabalhar com crianças portadoras de necessidades especiais. “Foi uma experiência única, tanto pelas crianças quanto pelas amizades que fiz”. Durante esse período, Mara Isa cursou pedagogia à distância e além de trabalhar com as crianças, para complementar as despesas com estudos, vendia frango na feira. Em outro momento, ela também vendia roupas em casa. Seu marido tinha gado leiteiro, fazia queijo e distribuía nos mercados da cidade.

Mas os negócios iam mal. A empresa para a qual a família vendia o leite do gado faliu, e Mara Isa e o marido ficaram meses sem receber. As contas venciam e os nomes foram negativados, inclusive um empréstimo que havia sido feito para compra do gado.
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Era hora de recomeçar. “Neste momento meu marido buscou a alternativa que lhe sobrava, já que era bacharel em direito, estudou para passar no exame da OAB, ideia que ele havia deixado de lado para trabalhar com a produção no campo”.
Como os recursos para manter a casa eram poucos, eles precisavam selecionar as prioridades, e então o dinheiro para o exame da OAB foi emprestado por um amigo. Logo veio a notícia da aprovação e mergulhou a família em intensa alegria. Foi então que venderam o gado e montaram um escritório.

Com a conclusão do curso de pedagogia, ela prestou mais uma vez concurso público, passou e começou a lecionar em duas cidades, Ipuã de manhã e Guaíra à tarde. Sua renda mantinha a casa e as despesas do escritório do marido, que ainda estava no começo da carreira e não tinha uma clientela fixa. A medida foi temporária, pois as coisas logo começariam a mudar.
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Durante sua experiência lecionando, Mara Isa teve mais duas filhas, Maria Laura, 6, e Maria Luísa, 4. A partir de então tudo começou a se encaixar. Mara Isa pediu exoneração do cargo de Guaíra e abriu a primeira loja Maria Flor. Com o crescimento dos negócios e a abertura das lojas em diversas cidades, ela sentiu inviabilidade em permanecer lecionando, uma vez que podia viajar para realizar as compras das lojas apenas aos finais de semana.

Nesse momento ela sentiu que precisava deixar as aulas. “Na escola eu tive ótimos alunos, e companheiros de profissão que me serviram de inspiração. Chorei por alguns dias pra tomar a decisão de abrir mão do meu tão sonhado cargo efetivo e toda estabilidade que havia lutado e estudado tanto para conseguir, mas pelo bem mais precioso que é a minha família, tomei a decisão certa”, relembra.
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Hoje, Mara Isa é uma das mulheres de grande reconhecimento no meio empreendedor. Sua trajetória e conquistas servem de inspiração para muitas outras mulheres.




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