ESPÍRITO SOLIDÁRIO

Projetos arquitetônicos que mudam a vida de comunidades carentes


Por ALINE TUZZI

Quando o Natal se aproxima, o espírito solidário costuma se revigorar. Solidariedade e cooperação são as palavras chaves para ajudar o mundo a ter um futuro melhor.

E como a arquitetura tem um enorme poder de mudar o mundo, hoje sito alguns arquitetos comprometidos com seu trabalho humanitário que tentam melhorar o futuro do mundo.


O superadobe de Nader Khalili

Precursor da construção de baixo custo, o iraniano-americano desenvolveu nos anos 70 um projeto revolucionário. Depois de anos percorrendo o deserto em busca de um método que desse abrigo aos mais necessitados, esse arquiteto premiado pela ONU idealizou um sistema de construção extremamente barato e a prova de abalos sísmicos: O superadobe (superblock em inglês). Trata-se de sacos cheios de terra, “o material mais ecológico, abundante e durável que existe” segundo suas palavras, unidos em suas diferentes camadas por arames farpados. A ideia é tão revolucionária que nos anos 80 ele apresentou seu trabalho para a NASA, que estuda o método de construção de Khalili para futuras colônias lunares.


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Escolas móveis (Birmânia)

A organização sem fins lucrativos Building Trust fornece assessoria arquitetônica para diferentes projetos humanitários. Sob seu manto, os arquitetos Amadeo Benetta e Dan La Rossa desenharam para o projeto Moving Scholl uma série de escolas móveis para as crianças das comunidades deslocadas para a fronteira entre a Tailândia e Birmânia. Com o objetivo de serem construídas, desmontadas e reconstruídas facilmente, essas construções tentam contornar o grave problema da carência de direitos sobre a terra das comunidades deslocadas, assim como reduzir os efeitos dos fenômenos naturais adversos.


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A casa do futebol (Brasil)
Nem sempre uma nova construção é indispensável para suprir as necessidades arquitetônicas de uma comunidade. Isso disse a cooperativa “1 Week 1 Project” formado por Axel de Stampa e Sylvain Macaux, que projetaram uma ideia de como aproveitar os estádios brasileiros construídos para a copa do mundo celebrada no ano passado. De acordo com seus desenhos, as construções esportivas poderiam adquirir uma segunda utilidade para dar abrigo aos mais necessitados. A princípio é só uma ideia, mas o projeto proporcionaria uma utilidade humanitária para algumas construções gigantescas que normalmente apenas são utilizadas quinzenalmente. Será que funcionaria?


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As casas de papelão de Shigeru Ban

Último ganhador do prêmio Pritzker, algo como o Nobel da Arquitetura, o japonês Shigeru Ban leva 30 anos praticando a arquitetura para os mais necessitados. Muito antes de que fosse criado o termo “arquitetura sustentável”, esse nipônico construiu uma fama internacional trabalhando em projetos humildes em cenários de tragédias. Lugares tão diversos como o Haiti, Turquia ou Ruanda, que somente são unidos pelo fato de terem sofrido catástrofes naturais, tem sido o local de trabalho desse arquiteto de 56 anos que é conhecido por usar materiais tão baratos e fáceis de encontrar como rolos de papelão, peças plásticas e caixas de cerveja. O objetivo de tudo isso: resolver problemas com o menor custo possível.


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Um bairro quixotesco (Estados Unidos)

Não tão longe de nossos lares, em nossas próprias ruas, existem também pessoas que necessitam de um empurrão para ir em frente, muitas pessoas vagueiam hoje em dia sem um teto para abrigar-se. Em função dessa necessidade surgiu nos EUA a ideia das tiny houses, casas de medidas reduzidas que, com um orçamento razoavelmente baixo, permitem suprir a carência dos mais necessitados. Ali foi idealizada a Quixote Village, uma comunidade auto – gerenciada em Washington por uns 30 adultos, até aquele momento sem teto. As casas são de espaço reduzido, o suficiente para abrigar uma cama e dar certa intimidade. As necessidades de alimentação e higiene são realizadas em espaços comuns na própria comunidade.


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Disse em uma ocasião Charles Édouard Jeanneret, mais conhecido como ‘Le Corbusier’, que “a arquitetura é o ponto de partida de quem quer levar a humanidade para um futuro melhor”.

E é com esses espíritos solidários e exemplos de seres humanos que desejo um Feliz Natal a todos e um próspero Ano Novo.


AHT - Aline Hespanholo Tuzzi - Arquitetura e Design de Interiores 
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