PREFEITURAS NEGAM APLICAÇÃO DE VACINAS VENCIDAS

Suspeitas é que houve erros de registros nas datas de aplicação


A matéria publicada nesta sexta-feira (2) pelo jornal Folha de S Paulo sobre "possível" aplicação de doses vencidas na população em vários municípios brasileiros teve grande repercussão.


De acordo com a matéria da Folha de S Paulo, foi realizado um levantamento através de cruzamento de dados oficiais do governo federal pelos pesquisadores Sabine Rigueti, da Unicamp, e Estêvão Gamba, da Unifesp, apontando que ao menos 26 mil pessoas poderiam ter recebido doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a covid-19. Os dados indicam que o problema ocorreu com doses de oito lotes. 


As prefeituras negam que tenham aplicado doses vencidas da vacina AstraZeneca na população e alegam falha na digitação de datas de aplicação das referidas doses. Veja a repercussão.

Guará

A prefeitura de Guará publicou nota informando que os lotes de vacina AztraZeneca 4120Z001 e 4120Z004 foram aplicadosdentro do prazo de validade.

De acordo com a nota, as doses de AstraZeneca referentes ao lote 4120Z001, encaminhado a Guará pela GVE - Gerência de Vigilância Epidemiológica de Franca,foram aplicadas entre os dias 26 de fevereiro a 12 de março (em uma primeira etapa) e entre 26 de fevereiro a 29 de março, dentro do prazo de validade.

Já as doses relativas ao lote 4120Z004, cujo prazo de validade era 13 de abril, foram aplicadas entre os dias 28 de janeiro a 4 de fevereiro.

São Joaquim da Barra

Em nota, São Joaquim da Barra divulgou que não houve recebimento, nem aplicação de vacina vencida contra a COVID-19 na cidade e que a Secretaria Estadual da Saúde, identificou que houve falha pelos estabelecimentos no momento da digitação da data de aplicação da vacina, que está sendo corrigido no sistema VaciVida, do Governo do Estado.

Ituverava

A Secretaria de Saúde de Ituverava e a Vigilância Epidemiológica informaram que não houve aplicação de doses vencidas. “As oito doses relatadas foram cadastradas posteriormente no portal Vacivida e por isso houve divergência nas datas, sendo comunicado a população em abril de 2021”.


O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) informaram que todos os casos de doses vencidas aplicadas na população serão investigados. “Não está descartado erro do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, que, desde o início da Campanha de Vacinação, apresenta instabilidade no registro dos dados”, informaram os conselhos, em nota conjunta.


O Conass e o Conasems ressaltaram, ainda, que todos os profissionais destacados pelos municípios para aplicação das vacinas adotam as boas práticas de vacinação, inclusive a checagem do prazo de validade.


INVESTIGAÇÃO

De acordo com a orientação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), caso alguma vacina seja administrada após o vencimento, essa dose não deverá ser considerada válida — deve-se recomeçar o ciclo vacinal, respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses. A pessoa deverá ser acompanhado pela Secretaria de Saúde local. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunologia, a vacina fora do prazo não é prejudicial. “A administração de dose vencida não implica risco à saúde. No entanto, como não há certeza se pode haver prejuízo a eficácia, recomenda-se repetir a dose”.


IMUNIZANTES INDIANOS

Fabricante no Brasil da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ressaltou, ontem, que os lotes de doses que teriam sido aplicadas fora da validade não foram produzidos pela instituição. Segundo a instituição, parte dos lotes expostos na reportagem da Folha de S.Paulo é referente às primeiras vacinas importadas do Instituto Serum, da Índia, entre janeiro e fevereiro deste ano.


“Todas as doses das vacinas importadas da Índia foram entregues pela Fiocruz, em janeiro e fevereiro, dentro do prazo de validade e em concordância com o Ministério da Saúde”, explicou a Fundação, acrescentando que o restante dos lotes apontados foram fornecidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).


Já o Ministério da Saúde esclareceu que “de acordo com o Plano de Operacionalização, os estados e municípios que eventualmente tenham aplicado vacinas vencidas devem fazer a busca ativa e monitorar os casos. As doses aplicadas não devem ser consideradas válidas”. E acrescenta: “A recomendação é que a vacina seja reaplicada com um intervalo de 28 dias. A pasta destaca, ainda, que não distribui doses de vacina vencidas aos estados e Distrito Federal, e acompanha rigorosamente todos os prazos de validade das vacinas covid-19 recebidas e distribuídas”.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por sua vez, se manifestou dizendo que não foi consultada sobre aplicação da vacina da AstraZeneca fora do prazo de validade definido pela bula. Isso porque, recentemente, a diretoria da autarquia autorizou a ampliação do prazo de validade da vacina da Janssen de três para quatro meses e meio.

No caso da vacina da AstraZeneca, a “agência não recebeu pedido de análise sobre a ampliação do prazo de validade”.


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