TRAGÉDIA EM FURNAS - 8 MORTES ATÉ O MOMENTO
Mais um corpo foi encontrado na manhã deste domingo; duas pessoas continuam desaparecidas
Até o momento, 8 mortes foram confirmadas no acidente em Furnas, ocorrido por volta de 12h30 deste sábado (8).
O deslizamento de um bloco de pedra de cerca de 30 metros de altura (de acordo com turistas) atingiu três lanchas na região dos cânions de Capitólio.
Há registro de ao menos 32 feridos. Oito pessoas morreram e duas ainda não foram encontradas.
Aihara afirma que todas vítimas fatais estavam na lancha de nome Jesus, que foi uma das quatro embarcações atingidas impactadas pelo desprendimento da rocha. Das outras três lanchas, todas as vítimas foram resgatadas e conduzidas para unidades hospitalares da região.
A lancha "Jesus" é de um tenente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais, segundo a TV Globo. O homem estava na lancha com outros membros de sua família.
De acordo com o perfil no Facebook "Região Realidade" as vítimas são da mesma família.
1. Sebastião Teixeira dos Santos, 60 anos (idade aproximada) - Militar reformado de Serrania PMMG
2. Maria Helena (esposa do Sebastião) 58 anos aproximadamente.
3. Filho de Sebastião (apelido Lula) 30 anos
4. Nora de Sebastião.
5. Neto de Sebastião (10 anos). Geovane Silva
6 Thiago, 30 anos aprox. apelido água gelada (sobrinho do Sebastião) de São José da Barra.
7. Júlio do Cassemiro (São José da Barra)
8 e 9. Casal de amigos de Sumaré.. Camila Silva e Maycon Douglas..a mãe Carmem Pinheiro
10. Rodrigo Marinheiro é quem pilotava a lancha.. ele trabalhava naquele local nesta atividade há quatro anos, natural de Betim-MG, era casado e era para estar de folga no Sábado (8) da tragédia.
Uma dessas pessoas acima além do casal de Campinas, tem a identidade revelada, mas continua desaparecido (a).
TURISMO
A região de Capitólio e outras cidades banhadas pelo Lago de Furnas, no Centro-Oeste de Minas, é bastante procurada por turistas por sua beleza natural.
Assim como outras partes do estado, a região tem sido atingida pelas chuvas recentes.
Neste sábado (8), Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de "cabeça d'água' em Capitólio, mas não há confirmação que essa foi a causa do acidente. A Marinha disse que investiga o motivo de os passeios serem mantidos.
Falta mapeamento de riscos
Segundo Joana Paula Sanchez, especialista em turismo geológico e professora da Universidade Federal de Goiás, a existência de um mapeamento técnico da região poderia ter evitado que pessoas estivem tão próximas de uma área de risco.
"Nessa região, que tem muito quartzito, que sofreu uma deformação, é comum que essas rochas sejam fraturadas. Cair um paredão de pedras não é tão comum, mas pode acontecer", afirmou, em entrevista à GloboNews.
Para Joana, as mortes poderiam ter sido evitadas caso existisse um mapeamento geológico da região -- e essas informações fossem usadas para que autoridades impedissem barcos e turistas chegassem tão próximo das pedras, principalmente em época de chuvas.
"O que acontece hoje em dia é que a gente não tem mapeamento geológico nesses locais de uso turístico. É muito raro existir uma análise geotécnica, uma análise por um geólogo, de riscos desses locais", disse.
"Faltam profissionais, mas falta muito mais as gestões públicas saberem que o geólogo não é só para mineração. A gente trabalha também com risco de acidente. Esse acidente poderia ter sido evitado, sim. Esse bloco já estava se deslocando da parede, dá pra ver que ele já estava fraturado", completou Joana.
O prefeito de Capitólio, Cristiano Silva, disse que nenhuma norma impedia as lanchas de estar naquele local, próximas do paredão. Segundo ele, o que não pode é atracar no cânion para que os banhistas entrem na água.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA
Conhecido como "Mar de Minas", o Lago de Furnas é um dos maiores lagos artificiais do planeta. A região é formada por seus famosos cânions e águas navegáveis. Antes da chegada da água, havia diversas fazendas que agora estão submersas.
"A rocha que compõe esses paredões é formada por grãos de areia", resumiu Antonelli, do Serviço Geológico do Brasil.
"As rochas que ocorrem em Capitólio são rochas quartzitas. Não são rochas sedimentares, são metamórficas, são mais duras", descreveu Joana, da Universidade Federal de Goiás.
"O que acontece é que a região sofreu deformações, que geraram todas essas fraturas e falhas que a gente enxerga. A gente enxerga as rochas muito fraturadas, cheia de espaços vazios — e foi um desses espaços grandes que fez ceder esse bloco."
"Essa areia, ao longo do tempo, com temperatura, com pressão, ela formou a rocha e, agora, com os processos erosivos — e com as chuvas, com os ventos —, ela volta a ser areia. É uma rocha que é frágil, que é mais suscetível a ocorrer evento que vimos em Capitólio", concluiu.
Fissura vista em cânion do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), também em 2019 — Foto: Maurício Ferraz/TV Globo
























