SÃO PAULO EM ALERTA CONTRA FEBRE AMARELA

Governo decidiu fracionar a vacina e ampliar áreas de imunização


Fontes: UOL e Globo.com
 

O avanço da febre amarela silvestre (transmitida em áreas de mata) no país volta a assustar a população e as autoridades, depois que o Brasil viveu o maior surto já registrado da doença.

Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde anunciou uma nova campanha de vacinação como medida emergencial, para evitar a expansão da doença em locais que até então não tinham recomendação para a imunização.

Cerca de 19,7 milhões de pessoas deverão ser vacinadas contra a doença a partir de fevereiro em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. O anúncio, no entanto, traz uma novidade: a vacina será fracionada em alguns municípios, para garantir que uma quantidade maior de pessoas seja imunizada.


A microrregião de São Joaquim da Barra compreendida por 6 municípios (São Joaquim da Barra, Orlândia, Morro Agudo, Ipuã, Guará, Nuporanga e Sales Oliveira) não está no mapa de risco de contaminação. Porém, devido às férias, muitas pessoas se deslocam para o litoral, onde há cidades com casos de febre amarela. (Veja no mapa abaixo).
De acordo com o secretário de saúde de São Joaquim da Barra, Rangel Luis de Melo, quem quiser tomar a vacina pode recorrer ao Centro de Saúde do município portando a carteira de vacinação. Para os casos de perda deste documento, é possível saber o histórico de vacinas de cada indivíduo (independente da idade) na da sala de vacinas do Centro de Saúde. Basta se informar com as atendentes. Em regiões fora de risco, as doses continuam sendo padrão.

Sobre o fracionamento da vacina

A estratégia de fracionamento da vacina já foi utilizada em Angola e no Congo durante um surto de febre amarela silvestre em 2016. De acordo com o Ministério da Saúde, ela é recomendada pela OMS "quando há casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, disse que o objetivo é evitar que o surto de 2017 se repita.

"Para evitar que isso aconteça, estamos antecipando essa vacinação porque o vírus entrou em uma área com elevada densidade populacional", afirmou.


As notícias do surto recente e o pânico da população causaram uma explosão na demanda pela vacina. Especialmente porque muitas pessoas não têm comprovação de que já haviam sido imunizadas, segundo Juarez Cunha.

"Muita gente não tem mais o comprovante. Então quando há óbito em região com baixa cobertura vacinal, todo mundo resolve procurar vacina ao mesmo tempo e aí não tem vacina disponível para atender a demanda.


Ao longo dos anos, o mapa das regiões recomendadas de vacinação no Brasil foi se ampliando. Em 1997, segundo dados do ministério, a maior parte dos Estados do Nordeste, do Sudeste e do Sul ainda era considerada "indene", ou seja, não afetada pelo vírus.


Em 2017, toda a região Sul e quase todo o Sudeste têm recomendação permanente de vacinação, além de partes dos Estados da Bahia e do Piauí. Desde o último surto, o Espírito Santo tornou-se área de recomendação temporária.

Atualmente, a vacinação para febre amarela é recomendada e oferecida em 21 Estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.


Quem deve se vacinar?

A dose fracionada da vacina de febre amarela é recomendada apenas para pessoas a partir dos dois anos de idade.

Segundo o ministério, crianças com idade entre 9 meses e dois anos, pessoas com condições clínicas especiais (que têm HIV/Aids, que estão em fase final do tratamento de quimioterapia, entre outras, mas só após a avaliação dos serviços de saúde), gestantes e viajantes para outros países deverão receber a dose padrão da imunização.

Normalmente, a dose padrão é indicada para crianças a partir de 9 meses de idade (ou 6 meses em áreas de risco) e para adultos não vacinados.


A vacina é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo.

Segundo a pasta, 19,7 milhões de pessoas em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro deverão ser vacinadas na campanha - 15 milhões com a dose fracionada e outras 4,7 milhões com a dose padrão.

Em São Paulo, ela será aplicada em 52 municípios, no Rio, em 15 e na Bahia, em oito.

A febre amarela causa sintomas como dor de cabeça, febre baixa, fraqueza e vômitos, dores musculares e nas articulações. Em sua fase mais grave, pode causar inflamação no fígado e nos rins, sangramentos na pele e levar à morte.

Para evitar a doença, o ministério recomenda usar repelente em crianças a partir de 2 meses de idade, evitar usar perfume em áreas de mata e, caso seja necessário viajar a áreas com registros da doença, tomar a vacina pelo menos dez dias antes da viagem.

Vacinação no Estado de São Paulo

A vacinação da dose fracionada da vacina de febre amarela será realizada em 52 municípios do estado de São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, a meta de vacinação é de 6,3 milhões de pessoas em todo o estado. A campanha será realizada de 3 a 24 de fevereiro.


A dose fracionada tem tem 0,1 ml, enquanto que uma dose convencional tem 0,5 ml. Segundo Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a vacina permite a imunização por 8 anos.


"As 52 cidades vão começar a vacinação simultaneamente", diz Boulos. "Elas foram selecionadas por estarem em área receptiva, por estarem muito próximas em áreas de mata onde ocorre a circulação do vírus. Nas áreas onde já estamos vacinando porque já circula o vírus continuaremos dando a vacina convencional e todos os outros viajantes para essas áreas receberão a vacina convencional. A vacina fracionada está selecionada para um grupo onde vamos vacinar muita gente em pouco tempo."


A dose fracionada não será destinada a todos, diz a pasta. Crianças de 9 meses a até 2 anos, pessoas com condições clínicas específicas (como pacientes com HIV/Aids), gestantes e viajantes internacionais vão continuar tomando a dose padrão.

Image titleFonte: Globo.com


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