TRISTEZA OU DEPRESSÃO?
A psicóloga Ariane Martins mostra a importância de estar bem consigo mesmo
A vida moderna carrega consigo uma sociedade adoecida, perdida em seus valores, fluida, competitiva e cheia de cobranças. Ao mesmo tempo que trouxe mais acesso ao conhecimento sobre o corpo humano e a um arsenal de remédios para alívio do sofrimento, afastou o homem do conhecimento de si mesmo.
Remédios são necessários muitas vezes, mas não curam a condição humana, que envolve perdas, separações, convivências familiares conflituosas, aceitação das próprias dificuldades, etc.
É preciso questionar a própria vida, compreender seu mal-estar, não acostumar-se com o que faz mal, antes que o corpo grite.
O que acontece na maioria das vezes é que desconectados de suas emoções, as pessoas percebem apenas os sintomas, ou seja, quando o corpo grita por socorro. Recorrem nesse caso a ajuda médica, buscam remédios para insônia, dor nas costas, dores de cabeça, ataques de pânico e outros, não que às vezes isso não seja necessário, mas não vinculam os sentimentos às situações que estão vivendo e ao invés de atacar a causa, atacam o sintoma.
Acredito que a melhor maneira de não adoecer é enfrentar o que nos afeta. Afetar vem da palavra afeto. São sempre os afetos que nos adoecem. A relação com o trabalho, com os colegas, com os familiares, consigo mesmo, com a maneira com a qual você enxerga a vida.
Daí eu penso em Nietzche, para ele a pior desgraça da vida são as ilusões, elas impedem você de viver e amar o que tem, aceitar a vida como ela é e as pessoas como são.
Costumamos pensar que seríamos felizes se fossemos..., se tivéssemos..., se outro fosse...
O desejo vive na falta, só se deseja aquilo que não se tem.
Tomar consciência disso nos faz aprender a viver com o que temos, onde estamos, com quem estamos.
Re-inventar a vida, re-significar as experiências, fazer novas escolhas.
Aprender a estar bem consigo mesmo e com as pessoas apesar de ..., e não se...
Quando não se consegue sozinho, buscar ajuda profissional pode lhe ajudar a viver melhor com o que se é e com o que se tem e mudar suas escolhas.
Muito bem dito por Sócrates: Viver, sem pensar a vida, não vale a pena.