PARALISAÇÃO DE PROFESSORES CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A paralisação acontece em todo estado de São Paulo, inclusive nas cidades da região
Foto: Greve dos Professores - Divulgação/Apeoesp
Está acontecendo hoje (3) a paralisação de professores da Rede Estadual Paulista de Educação, mobilizados contra a reforma da previdência, proposta pelo governador João Doria (PSDB).
Os docentes de todo o estado estão se reunindo na Assembleia Legislativa, onde hoje, às 14h, deverá ocorrer a segunda votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2019, que modifica o regime próprio de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargos efetivos do Estado.
A região teve a rotina das escolas públicas alterada pela paralisação. Em Orlândia, por exemplo, a escola Oswaldo Ribeiro Junqueira está sem aulas. Em São Joaquim da Barra, o mesmo acontece com a escola Genoveva Pinheiro Vieira de Vitta. Outras como Sylvio Torquato Junqueira e Adolfo Alfeu Ferreira estão com turnos alternados, com aulas apenas na parte da manhã ou à tarde. Algumas ainda conseguiram professores substitutos, como é o caso da EE Manoel Gouveia de Lima, Graziela Malheiro Fortes e Edda Cardoso, porém a grade sofreu alteração pela quantidade escassa de professores.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Centro do Professorado Paulista (CPP) também mobilizaram a categoria contra o abono salarial oferecido recentemente pelo governo.
“No primeiro turno de votação, o governo Doria conseguiu aprovar a PEC 18 por apenas um voto. O voto do presidente da Casa foi decisivo. Isso mostra que essa reforma não conta com apoio, porque ela representa um ataque injustificável ao direito à aposentadoria dos servidores públicos. Por isso, os servidores públicos estaduais estarão em peso na Assembleia Legislativa para dizer um sonoro não ao desmonte do sistema de previdência pública do estado de São Paulo”, disse a presidenta da Apeoesp e deputada estadual Professora Bebel (PT), convocando a greve de professores.
Aproveitando que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, havia liberado a tramitação da reforma da previdência, a base do governo Doria acelerou a votação, realizada no mesmo dia. Foram 57 votos a favor e 31 contrários. O texto agora precisa passar por uma segunda votação, em que serão apreciadas também as 41 emendas apresentadas pelos parlamentares.
As alterações propostas por Doria são consideradas pelos servidores estaduais um projeto mais cruel para o funcionalismo que o texto aprovado no Congresso Nacional. Para garantir a aprovação, a base do governo na Assembleia Legislativa buscou discutir o projeto a portas fechadas, sem acesso de servidores, da imprensa e até de assessores dos parlamentares. A Polícia Militar barrava o acesso ao local. No processo, também houve greve de professores e outros servidores. Após várias tentativas de acelerar o processo de votação e sob muitos protestos, a tramitação acabou suspensa por decisão judicial, derrubada depois por Toffoli.
Fonte: Rede Brasil Atual e Folha de São Paulo