DO CORONAVÍRUS À PESTE BUBÔNICA: AS MAIORES PANDEMIAS DA HUMANIDADE
Peste Negra, Gripe Espanhola, Varíola, Cólera. Veja como as principais pandemias assolaram o planeta
A pandemia do coronavírus tem causado medo em todo o mundo, e não é para menos. O vírus causador da Covid-19 já infectou, com base nos dados coletados até a última terça-feira (07), 11.731.590 no mundo, com mais de 540 mil mortes, em centenas de países.
No Brasil, os números estão em torno de 1.623.284 e 65.487 mortes, com 927.292 recuperados.
O cenário é semelhante ao que já aconteceu em outros momentos da humanidade, em que doenças se espalharam pelo mundo e causaram estragos. Conheça as principais pandemias que assolaram o planeta, segundo informações da revista Galileu.
A peste bubônica é causada pela bactéria Yersinia pestis e
pode se disseminar pelo contato com pulgas e roedores infectados. Seus sintomas
incluem inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço.
Outros sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga e dores musculares.
A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou
a Europa no século 14, matando entre 75 e 200 milhões de pessoas na antiga Eurásia.
No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de
pessoas para 350 milhões.
GRIPE ESPANHOLA
Acredita-se que entre 40 e 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia de
gripe espanhola de 1918, causada por um vírus influenza mortal. Mais de um quarto
da população mundial na época foi infectada e até então presidente do Brasil,
Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. O vírus veio da Europa, a bordo do
navio Demerara. O transatlântico desembarcou passageiros infectados no Recife,
em Salvador e no Rio de Janeiro.
Os sintomas da doença eram muito parecidos com o atual
coronavírus Sars-CoV-2, e não existia cura. Em São Paulo, a população foi
atrás de um remédio caseiro feito com cachaça, limão e mel. De acordo com o
Instituto Brasileiro da Cachaça, foi dessa receita supostamente terapêutica que
nasceu a caipirinha.
VARÍOLA
A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias. Os sintomas eram febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Ficou ainda mais perigosa com a urbanização no século 18, matou 400 mil europeus; e no século 20, 300 a 500 milhões no mundo todo. Após campanhas de vacinação, foi considerada erradicada em 1979.
CÓLERA
Sua primeira epidemia global, em 1817, matou centenas de milhares de pessoas. Desde então, a bactéria Vibrio cholerae sofre diversas mutações e causa novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos e, portanto, ainda é considerada uma pandemia.
Sua transmissão acontece a partir do consumo de água ou alimentos contaminados, e é mais comum em países subdesenvolvidos. Um dos países mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos da doença, principalmente em áreas mais pobres do nordeste. No Iêmen, em 2019, mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade..
Os sintomas são diarreia intensa, cólicas e enjoo. Apesar de existir vacina contra a doença, ela não é 100% eficaz. O tratamento é à base de antibióticos.
TUBERCULOSE
Também é uma doença bem antiga, com vestígios em corpos de milhares de anos. O maior surto ocorreu nos séculos 19 e 20, quando até 25% das mortes na Europa eram por causa da doença. Em 2014, 1,1 milhão de pessoas morreram em países subdesenvolvidos. Causada por bactéria, ela afeta o pulmão. Os sintomas são tosse, febre baixa, cansaço, rouquidão e, em casos graves, dificuldade na respiração e eliminação de grande quantidade de sangue.
TIFO
Na Grécia antiga, matou até 100 mil pessoas em Atenas. No século 17, 10% da população da Alemanha morreu em um surto. Já no século 19 matou na Irlanda na casa de centenas de milhares em um curto período de tempo. No século 20, atingiu a Rússia e deixou 3 milhões de mortos durante a Guerra Civil. Os sintomas variam de acordo com a bactéria causadora, mas envolvem dor de cabeça, febre, náusea, diarreia, dores pelo corpo e vômito. A transmissão ocorre por piolhos que parasitam animais e também contaminam o homem. A doença também está atrelada à falta de saneamento.
FEBRE AMARELA
A febre amarela ainda é uma doença recorrente. Transmitido pelo mosquito Aedes, o vírus infecta 200 mil pessoas por ano e mata cerca de 30 mil, sendo a maioria dos casos na África. No século 19, matou mais de 100 mil pessoas nos EUA. Hoje, há vacina. Os sintomas costumam ser fracos e semelhantes aos da gripe. Na forma mais grave, resulta em insuficiências hepática e renal, olhos e pele amarelados e hemorragias. "Araraquara (SP), por exemplo, perdeu 40% da população entre 1892 e 1899", diz o sanitarista.
GRIPE SUÍNA (H1N1)
Conhecida como gripe suína, o H1N1 foi o primeiro causador de pandemia do século 21. O vírus surgido em porcos no México, em 2009, e se espalhou rapidamente pelo mundo, matando 16 mil pessoas. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em maio daquele ano e, no fim de junho, 627 pessoas estavam infectadas no país, de acordo com o Ministério da Saúde.
O contágio acontece a partir de gotículas respiratórias no ar ou em uma superfície contaminada. Seus sintomas são os mesmos de uma gripe: febre, tosse, dor de garganta, calafrio e dor no corpo.
Fonte: Galileu / Uol / Poder 360