OZONIOTERAPIA SE MOSTRA EFICAZ EM TRATAMENTOS DE DORES
A fisioterapeuta Elisabete Alves Cantarella Cunha explica o que é e como a terapia vem ajudando em diferentes áreas
Com vinte anos de experiência na fisioterapia e várias
especializações na bagagem, Elisabete Alves Cantarella Cunha destaca-se por sua
incansável busca de evoluções na área.
Um dos tratamentos que dispõe em sua clínica é a
ozonioterapia, muito difundida pelo mundo e que vem ganhando campo também no
Brasil, onde várias pesquisas são feitas a fim de dar a base científica
necessária para a terapia.
Inside procurou Bete para entender como funciona essa
terapia que vem ganhando cada vez mais adeptos em São Joaquim da Barra.
INSIDE - O que é a
ozonioterapia?
BETE – A ozonioterapia
é um tratamento que utiliza uma mistura de gases de O2 e O3 com finalidade
terapêutica e aplicabilidade em diversas áreas. O ozônio e um gás encontrado
naturalmente em nosso planeta, mas a terapia acontece com geradores de ozônio,
onde o oxigênio medicinal passa por descargas elétricas e se transforma em
ozônio terapêutico. De uma forma muito simplificada, ele tem uma intensa ação
antioxidante, bactericida, fungicida e virucida.
INSIDE – Há quanto
tempo você trabalha com a ozonioterapia?
BETE - Comecei com a ozonioterapia no ano passado, encantada com a eficiência que encontrei ao pesquisar sobre. Mas hoje em dia, já me encantei com os resultados que obtive por aqui em minha prática.
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INSIDE – Como é o
tratamento?
BETE - O
tratamento reage diretamente na parede de vírus e bactérias, de onde vem sua
ação germicida. Reage também diretamente com os mediadores da resposta
inflamatória e dor. Mas essa resposta depende de um ciclo terapêutico, nem
sempre é rápida. E aí encontramos uma dificuldade das pessoas em se engajarem
uma rotina de atendimento com abordagens da fisioterapia associada e algumas
mudanças em hábitos de vida.
INSIDE – Para quem é
sugerido o tratamento?
BETE - Suas
principais indicações são quadros dolorosos, resultantes de inúmeras
patologias, desde ortopédica , reumáticas, entre outras. Para tanto a aplicação
geralmente é local. Em quadros mais abrangentes como fibromialgia ou algumas
doenças autoimunes, por vezes fazemos o uso da forma de aplicação retal, onde a
resposta sistêmica do ozônio acontece de forma mais rápida e acomete o corpo
por inteiro. Recentemente, tive uma paciente com endometriose intestinal, e ao
final da conduta terapêutica com ozônio, a endometriose não foi detectada nos
exames de imagem, como detectado nos exames anteriores. Outra aplicação que já
vi resultados foi a de manchas na pele por presença de fungos. E as manchas
diminuíram consideravelmente durante o tratamento. Enxaquecas e cefaléias gosto
de abordar com a ozonioterapia associada a fisioterapia oculomotora e
vestibular. Geralmente esses sistemas precisam ser regulados e a fisioterapia
acelera e dá sustentação a ozonioterapia com resultados. E atualmente, entrando
na esfera da estética corporal e facial, como coadjuvante na redução de
medidas, associada a drenagem linfática, os resultados são surpreendentes. Tudo
isso que estou falando está evidenciado também, em trabalhos científicos, que
se alguém se interessar, posso passar as referências depois.
INSIDE - Sobre a famosa água ozonizada. Há alguma relação dela com o tratamento?
BETE - A água
ozonizada é outro recurso terapêutico interessante. Assim que obtida pelos
geradores de ozônio, se feita com água potável, a do nosso consumo normal, deve
ser consumida imediatamente. Se feita em água bidestilada e armazenada em
geladeira, pode ser consumida em até 24 horas que ainda mantem seu valor
terapêutico. Quanto mais baixa a temperatura, melhor. Pode ser usada para
gastrite, esofagite. Como edema em alguns quadros intestinais. Na odontologia
como enxaguante para periodontites. Em gargarejos, aerosol, inalação, pois tem
a ação antimicrobiana.
Também temos o óleo ozonizado, rico em hidro peróxidos,
também tem a propriedade germicida não específica, e age de forma muito
satisfatória em processos de cura e regeneração tecidual, no caso de feridas,
escaras, fístulas, abcessos, acnes. Outro grande êxito dos óleos é a ação
analgésica em dores pós-herpéticas.
INSIDE - Por não ser
uma terapia ainda muito conhecida, como é aceitação em São Joaquim da Barra?
BETE - Eu digo
que a maioria dos insucessos dessa terapia se deve ao não engajamento do
paciente em mudar hábitos, praticar exercícios, comer bem, cuidar dos aspectos
emocionais de sua vida. Aqui o alívio vem,
mas o resultado não se mantém como no uso de qualquer medicação ou terapia onde
depositamos no outro a responsabilidade por nossas dores e não fazemos nossa
parte.
INSIDE – Possui
alguma contraindicação?
BETE - Pode ser
feita em qualquer idade. E sempre ser feita por profissional habilitado, pois
as complicações mais comuns são de erros na aplicação. Outra contraindicação é quando
temos a deficiência de uma enzima chamada G6PD, que é facilmente detectada em
exames de sangue e sua contraindicação é em aplicações sistêmicas. No mais e
uma terapia que nos auxilia a usar menos medicamentos e não nos intoxica.
A fisioterapeuta Elisabete Alves Cantarella Cunha atende em São Joaquim da Barra, no número 172 da Rua Alagoas, no Centro. Telefone 16 3818 0161.
Foto: Paulo Ferreira Foto Designer
A fisioterapeuta usou como referência as seguintes bibliografias: ANZOLIN, Ana Paula; BERTOL, Charise Dallazem. Ozonioterapia como terapêutica integrativa tratamento da osteoartrose: uma revisão sistemática. BrJP , São Paulo, v. 1, n. 2, pág. 171-175, junho de 2018.