ESGOTAMENTO PROFISSIONAL
A Síndrome de Burnout

Por Angelica Sarri
Na busca por uma melhor qualidade de vida, especialmente no quesito financeiro, os escritórios e ambientes de trabalho tornaram-se extensões de nossas casas, onde ficamos e dedicamos boa parte do nosso tempo, por essa razão é importante que esses espaços sejam também acolhedores e confortáveis, onde possamos estabelecer laços sociais e afetivos os quais permitam o compartilhamento de preocupações, emoções e esperanças, proporcionando sentimentos de confiança e segurança, gerando uma relação satisfatória com o profissional. Porém, na grande maioria das vezes não é isso que acontece nos campos empregatícios.
Agendas lotadas, horas extras constantes, cobranças e tarefas excessivas, a busca pelo perfeccionismo, falta de apoio de líderes e chefia, é o que encontramos quando falamos a respeito dos ambientes de trabalho, desencadeando um esgotamento físico, mental e principalmente emocional, o que faz com que o rendimento do profissional diminua consideravelmente, substituindo a motivação e atenção do trabalhador por irritação, falta de concentração, desânimo, sensação de fracasso, fatores que são característicos da Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout é entendida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto e excessivo com outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com problemas¹. O trabalhador se envolve afetivamente com seu ambiente de trabalho e com as pessoas que nele se relaciona, e desgastado por ter chegado no seu limite emocional, desiste, deixando de investir e acreditar no seu oficio e nas relações advindas do mesmo, tornando-se incapaz de se envolver emocionalmente com aquilo que faz.
Por ser compreendida num conceito multidimensional a Síndrome de Burnout envolve três conceitos essenciais:
1) Exaustão Emocional – situação em que os trabalhadores sentem que não podem dar mais de si mesmos a nível afetivo. Percebem esgotada a energia e os recursos emocionais próprios, devido ao contato diário com os problemas.
2) Despersonalização – desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e de cinismo às pessoas destinatárias do trabalho, endurecimento afetivo, ‘coisifica’ a relação.
3) Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma ‘evolução negativa’ no trabalho, afetando a habilidade para realização do trabalho e o atendimento, ou contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização¹.
Além dos aspectos já citados acima, a síndrome também provoca alterações no sono, problemas estomacais, dores de cabeça, falta de memória, palpitações cardíacas, isolamento, redução do desejo sexual e forte sentimento de angústia e tristeza.
Normalmente o tratamento para esta síndrome é orientado através de um psiquiatra ou psicólogo, no entanto, os sintomas da Síndrome de Burnout são semelhantes aos sintomas da depressão, o que gera dificuldades na hora de fazer um diagnóstico. Nesse caso o antidepressivo provoca um certo alívio, tratando o sintoma, mas “mascara” a problemática real, com isso o trabalhador retorna ao trabalho acreditando ser capaz de manter o ritmo acelerado e frenético que estava acostumado e antes do esperado os sintomas voltam, dando início a um ciclo vicioso. Já com o acompanhamento psicoterápico, o psicólogo ajuda o paciente a desenvolver estratégias para combater o esgotamento profissional e lidar com os problemas diários no âmbito profissional, dando início a uma proposta de mudança comportamental.
Portanto, verifique a forma como tem gastado seu tempo, e quais os benefícios e malefícios que isso lhe tem trazido. Existe um preço cobrado pelo excesso de trabalho. Você está disposto a pagar?
Codo, W. Menezes, I.V (2000). Caderno de Saúde do Trabalhador. Burnout: sofrimento psíquico dos trabalhadores em educação. Ed. Kingraf. São Paulo.
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